sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O garoto, a porta e a decisão

A porta estava mesmo aberta, parecia que ele afinal havia reparado nisso... e saiu... daquele lugar frio e escuro, atravessando ainda tímido a porta minúscula que separa o armário e o resto do mundo. Ele estava inseguro, dava para ver nos olhos escuros dele, garoto certo, com a vida certa, mas e se estivesse errado? Decidiu, por fim, tentar. Não havia outra forma porque sentia aquilo latente dentro dele. O calor que lhe subia às faces e a carne trêmula, a mente se revolvendo em um turbilhão, o coração latejando dentro do peito... tudo isso não poderia ser assim tão ruim, não, não era possível. Era bom. Fora o medo, era bom sim, agora tinha a certeza.
Tanta gente vivia feliz, alegre por ser exatamente desta forma, então por que ele não podia também? E foi desta forma que ele se levantou daquele lugarzinho medíocre e escuro nos fundos do armário e foi em direção à porta. A mesma até a qual ele já havia andado outras vezes em sinal de que pensara em inúmeros momentos em ultrapassá-la, mas agora sim havia chegado a hora. Talvez a hora mais importante na vida de qualquer indivíduo que já tenha se encontrado um dia na mesma situação. A decisão fatal de se levar ou não a sério, de querer ou não tornar-se feliz e viver bem por si e não pelos outros.
E ele foi, tomou o destino em suas mãos, já adultas, e seguiu passo por passo até vencer o último centímetro que o separava do mundo fantástico ( como qualquer outro mundo no qual nos lancemos em busca de nós mesmos ) repleto de armadilhas, buracos, lombadas, curvas, mas acima de tudo recompensas para aqueles que vão até o final.
Se ele está feliz? Perguntem a ele... para encontrá-lo não é difícil, tentem procurá-lo pelas festas mais alegres, no meio de gente conversando, rindo, dançando, entre amigos... ele está nos mais diversos lugares... NÃO SÃO POUCOS OS QUE VENCERAM O MEDO E RESOLVERAM TRAÇAR O PRÓPRIO DESTINO.