quinta-feira, 17 de julho de 2008

Não sei... queria poder explicar essa insônia, essa vazio, essa sensação qualquer que me tira o sono ao pensar nela. Às vezes, sabe-se lá porque vou atrás de onde posso encontrá-la numa fotografia e isso me corrompe a razão. Demoro-me alguns instantes lá para logo após fugir, covardemente, correndo meus olhos para o mais longe possível daquele retrato onde os olhos dela finalmente encontram os meus. Fujo o mais rápido que posso amedrontada com essa saudade que vai brotando como se relâmpago fosse temendo que aquela dor dilacerante volte a me atacar. Não é o suficiente. A dor vem não sei de onde e me toma de assalto sem que eu tenha tempo de desviar-me da foto dela. É desesperador. Fecho o notebook em uma esperança inútil de que a imagem do sorriso ela se esvaia.
Não sei... não consigo explicar... a falta dela vai me consumindo. Ainda não estou imune a isso. Minha menina será sempre a minha menina.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Quando foi que perdemos?

Nasci em 1988, não vi a ditadura militar, nem em seu início nem em seu fim. Tive a infância na década de 90 e a adolescência nesta década mesmo. Mas penso eu que o pessoal lá do final dos anos 60 até o começo dos anos 80 teve pelo que lutar… lutava pelo direito de expressão, pra poder cantar, escrever, falar… lutavam pelo direito e pela liberdade em si. Eles sabiam o que queriam…… Mães viram seus filhos desaparecerem ou os tiveram de volta após longos anos de exílio ou de dor pela humilhação e tortura sofridas durante a ditadura militar instaurada em 64…… Eram muitos deles jovens, alguns universitários ou recém-formados, muitos morreram em nome desta causa. Mas e nós?
É. nós jovens dos anos 2000, nós lutamos pelo quê? O grande problema é que não há uma causa grande que una todos em uma só voz, há pouco ou quase nada pelo que estamos dispostos a morrer ou sofrer para drixarmos de herança aos nossos filhos e netos. Há o aquecimento global, a pena de morte… mas alguns lutam, outros nem querem saber. Tem gente que faz passeata pela legalização da profissão de garota de programa, pela legalização das drogas, pela igualdade racial, pelos direitos dos homossexuais, pela paz… são diversos os motivos, mas nenhum que seja abrangente o suficiente que atinja a todos de uma vez só. E é nisso que vagamos perdidos, entre causas muitas vezes unilaterais, pessoais. Acho que fomos vencidos pela era do individualismo essencial, ou que nos deixamos vencer.

A primeira vez

Foi há umas semanas que me perguntaram como é fazer sexo com mulheres, se era muito diferente, o que se sentia exatamente e se na 1º vez eu tinha me sentido estranha. Aliás, já chegarm ao cúmulo de me perguntarem detalhes de como se é. Essa curiosidade…
Mas uma coisa eu devo admitir, que realmente foi estranho. Eu sabia que gostava de garotas, estava na minha 2º namorada [não rolou nada mais físico com a 1º], gostava dela embora não estivesse apaixonada e sim, eu sentia atração por ela. Eu achava que quando chegasse a hora eu já estaria pronta aliás, do alto de toda a minha prepotência eu já me sentia pronta desde que tinha nascido. Mas aí ela me ligou para avisar que os pais não estariam em casa naquele fim de semana e me chamou pra ir dormir lá de sexta para sábado e eu gelei. Era chegada a hora e eu não podia mais fugir, ia acontecer e eu não sabia se estava realmente tão preparada assim.
Quando o momento surgiu eu tentava manter a respiração controlada pra que ela não percebesse meu nervosismo, eu queria mantê-la calma porque também seria a 1º vez dela com uma garota, mas eu não estava calma. Eu olhava pra ela e olhava em volta, sentia as mãos dela frias e passavam milhares de coisas pela minha cabeça. Se eu saberia o que fazer, como fazer, se ela gostaria, se seria bom…Ei, ei não pense que eu vou descrever os detalhes, mas no fim das contas, tirando o impacto da primeira vez que se sente certos gostos, da sensação estranha de quandos suas mãos tocam a parte interna do corpo de uma mulher e de como isso te deixa a sensação de não saber se sente nojo ou se delira de uma vez… foi bom. Uma experiência curiosa, intensa e por que não dizer, prazerosa.
O importante é que no final deu todo certo e eu tive a certeza de que era realmente isso que eu queria.
Não adianta dizer que não, todo mundo fica nervoso, todos se sentem estranhos, mas desde que se descubra quem afinal se é então, está tudo certo.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Epigrama para um grande amigo

Sinceridade,
não espero de você
nada que vá além de sua honestidade
pra falar a verdade
tudo o que quero em ti é essa tua lealdade,
a segurança que vem
desse teu olhar escuro,
em uma noite de inverno
o calor e a proteção
de um abraço seguro.
E no vai-e-vem dos seus amores
deixa que eu consolo tuas dores
e eu serei o teu cais
quando não funcionar nada mais.
Repousa tua tempestade em mim
que aqui perigo nenhum
traz o fim.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Akela de Vermelho

Renovada, refeita, recomposta. O tempo passou mas a vida anda bem do jeito que está. Ela sonhava demais, era idealista demais. Sentia tudo com uma intensidade invejável e já havia sido a "rainha do drama". Mas estava pronta para se mostrar. Fumava muito. Pegava o "box" de Carlton constantemente, vestiu uma blusa vermelha, passou o melhor perfume e foi de encontro ao mundo. Não sentia-se mais a vítima. Encarou os próprios olhos às vezes muito mais verdes que o castanho que realmente eram, achou-se verdadeiramente bela e saiu, sem olhar para trás.
Trouxe consigo tudo o que precisava para sobreviver, o carisma, a inteligência e a certeza de que fazia a coisa certa. Chegou a perder a fé em alguma esquina, mas voltou a crer em algo acima de si a tempo de não desabar outra vez. Ela sabe muito bem o que quer.